No verão todos desejam se livrar do sol forte e refrescarem-se no mar, na piscina ou com qualquer outro meio que encontrem. Porém, nesta época de volta às aulas e ao trabalho, as opções para aliviar o calorão diminuem e muitas pessoas acabam recorrendo ao ar-condicionado.
Este por sua vez é motivo de inúmeras discussões dentro de escolas, empresas e até mesmo nas casas. Tudo por causa da temperatura ambiente que cada um prefere. Por culpa do seu alto poder de refrigeração, se utilizado de forma incorreta, o ar-condicionado pode provocar problemas graves de saúde. Para evitar danos, a VivaSaúde preparou uma série de dicas preciosas na hora de usar o aparelho.
Defina a temperatura ambiente
De acordo com Ricardo Milinavicius, diretor da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT) a temperatura ambiente ideal é entre 20°C e 22°C. No caso de locais fechados e com grande conglomerado de pessoas – como o escritório -, o melhor a se fazer é evitar ao máximo a longa permanência, já que existe risco de uma enorme troca de infecções virais. Porém, o entra e sai de lugares gelados para os muito quentes também deve ser evitado. “O ar úmido ressaca as mucosas deixando o indivíduo mais propenso a contrair infecções. Além disso, essa troca de ambientes desidrata ainda mais”.
Os riscos para quem permanece por um longo período exposto ao ar-condicionado vão desde uma simples gripe, até problemas respiratórios mais graves. É possível que se contraia resfriados, sinusite, amidalite, pneumonia e até mesmo agravar problemas como asma e bronquite. Logo, esses pacientes devem evitar ao máximo se exporem ao aparelho.
Além deles, crianças e idosos precisam de cuidados extras, pois apresentam imunidade mais baixa do que o restante. A depender do caso, uma medida mais extrema ainda pode ser tomada. “Para portadores de algumas enfermidades que estão sujeitos a passar por uma crise a qualquer momento, é indicada a aplicação de vacina contra pneumonia para aumentar a imunidade, principalmente em pessoas com mais de 50 anos”, comenta Milinavicius.
O que acontece com o corpo quando o ar está ligado?
O filtro dos aparelhos não consegue reter todas as impurezas existentes, que se acumulam nos ductos e fazem com que a circulação de ar prejudique a saúde de quem está exposto. Veja o que acontece com cada parte do nosso corpo.
Nariz:a mucosa nasal é revestida por cílios vibrantes, responsáveis por expulsar bactérias, fungos e vírus que adentram em nosso organismo pelo ar que respiramos. Como há o ressecamento da região, a chance de se contrair infecções aumenta.
Garganta:inflamações e até mesmo amidalite podem se desenvolver caso o nariz esteja obstruído, pois a respiração pela boca resseca ainda mais a garganta.
Olhos:o ressecamento dos olhos pode acarretar no acúmulo de bactérias, resultando posteriormente em problemas como a conjuntivite.
Coluna:o contato próximo com o ar gelado pode gerar problemas sérios por conta da friagem em contato direto com o corpo.
Como você pode se proteger
Siga algumas dicas simples para evitar problemas de saúde devido ao aparelho:
· A hidratação via oral deve ser feita a todo o momento.
· Utilize soro o fisiológico nas áreas ressecadas, principalmente no nariz.
· Para manter-se livre das bactérias, faça o uso do álcool em gel para limpar as mãos e realize uma boa higiene.
· Faça a limpeza e manutenção dos aparelhos no período
· recomendado (veja quadro abaixo).
· Deixe um agasalho nos locais onde o ar estiver ligado.
· Não fique de frente ou de costas para o ar gelado. Adote uma distância segura em que o vento não o atinja de forma muito próxima
Limpeza é fundamental
Não só o filtro do ar-condicionado deve ser higienizado, mas também os ductos internos, pois é lá que bactérias e resquícios de água ficam alojados.
A limpeza é normalmente realizada a cada três meses e, a cada seis, deve-se trocá-lo. O mesmo serve para o ar-condicionado de carros, porém, o parâmetro para troca é de 5 mil a 10 mil quilômetros rodados, o que demora aproximadamente um ano. “É preciso ressaltar a real necessidade de uma manutenção frequente desses aparelhos, pois normalmente as pessoas se esquecem de fazê-lo ou deixam para depois, o que resulta em um desconforto geral e constante”, finaliza Milinavicius.